Pano de chão

Velho trapo ali pendurado,

Rasgado, surrado, mal lavado.

Ninguém mais o usa.

Inútil, tripudiado!

Teve seu valor,

Aquele pano de chão.

Mas agora, agora não.

Agora imprestável, no varal esticado,

Aguarda um olhar de resgate

Que finde o ultraje

De estar ali esquecido...

Como se um nada fosse,

Como se fosse um maldito!

Tenho medo de envelhecer,

De ver nascer o ancião,

E estar assim um dia,

Tal qual o pano de chão.