À guisa de impressão
Enquanto passavas, era manhã
Alegres, teus olhos podiam
Ver montanhas engastadas no céu
E o azul engoliu teu corpo, tanta leveza:
Talvez podíeis ter asas
Para entender o espaço
O instante, uma borboleta
Teus braços descerraram-se nus
Tua boca se abriu como um botão
Mal deixou fugir um sorriso
Tudo estremeceu
A paixão me levou
Mas não haverei de ter movimentos
Apenas linguagem que se imprimiu
Em nós na hora da criação
Enquanto passavas, íeis no vento
E tua rápida existência
Se desfazia como uma matéria finíssima
Imobilizado quase sucumbi
Era o quê?
Nunca era nada