À guisa de impressão

Enquanto passavas, era manhã

Alegres, teus olhos podiam

Ver montanhas engastadas no céu

E o azul engoliu teu corpo, tanta leveza:

Talvez podíeis ter asas

Para entender o espaço

O instante, uma borboleta

Teus braços descerraram-se nus

Tua boca se abriu como um botão

Mal deixou fugir um sorriso

Tudo estremeceu

A paixão me levou

Mas não haverei de ter movimentos

Apenas linguagem que se imprimiu

Em nós na hora da criação

Enquanto passavas, íeis no vento

E tua rápida existência

Se desfazia como uma matéria finíssima

Imobilizado quase sucumbi

Era o quê?

Nunca era nada

Ronaldo de Luna
Enviado por Ronaldo de Luna em 22/06/2006
Código do texto: T180332