Vida-dias
Através das vidraças,
Vejo os primeiros raios de sol,
E ouço dos pássaros, suas primeiras notas;
A água quente cai do chuveiro,
As luzes fracas do banheiro
Em meio ao vapor...
Brilhos de anjos,
A manhã é tranquila;
Solitária,
Apenas ouço minha voz ecoante em minha mente,
Procurando em meus próprios pensamentos,
Figuras de linguagem, fenômenos físicos e equações...
No ônibus,
Eterno silêncio,
Passageiros perdidos em problemas,
Em seus próprios mundos fechados
Cara de sono e resignação,
Em meio correria do dia-a-dia;
O trabalho a acumular-se;
A agenda sempre lotada;
O tempo curto,
As noites passam velozes,
Os dias casativos, repetitivos, monôtonos,
Em sete horas de estudo,
Pouco tempo pra mim;
Mais tempo com os outros do que com o amor,
Conversas em curtos intervalos;
Momentos perdidos,
A solidão a invadir;
Trzendo com ela a paz,
E suas frases feitas e prontas por toda a parte,
Nas bocas sem emoção,
Em placas, muros, pessoas,
Poemas inacabados;
O tempo que passou,
E jamais voltará,
A impessoalidade eterna
Em frase terna
Época de desgraças,
Época de vícios,
Época de momentos felizes,
Os momentos passam...
Eu aqui fico,
Sem ti.