Infidelidade

Às vezes o silêncio do corpo reprime a alma

Às vezes o incômodo choro é o que restaura

Similitudes e circunstâncias sublimes chegam

E no arquivo da memória ficam mostos

Ficam gostos, assopros...

Daquela história de demarcar o plano circular da vida

O que sobra é uma ferida

Ah!Quem me dera se meus versos fossem sonetos

Fossem perfeitos...

Mas na intrépida vida de que faço parte

Nem mesmo os sonhos são de Néon

Nem mesmo a paz é interina...

Não critico os que querem ser perfeitos...

Não sou incrédula, sarcástica,...

Ou talvez seja, inconscientemente fatal

Sem endereço, sem logradouro...

Estou misturada no amarelo do ouro

Ainda que o brilho porque fosco, seja irreal

Naturalidade incipiente e improvisada

De quem da lida conhece a espada

De quem dos sonhos conhece o pesadelo

Parece até receio, parece até correção monetária

Corações pulsam envoltos em lençóis

E a dística sensação do bemmal fica

O órgão pulsa ferido,comovido...

A linda sensação de um amanhã feliz

Finda, quando diante das notícias ímpias

Da solidão que entra e não pede partida

Das concessões sólidas e insolúveis ...

Qualquer que me diz que no fundo do lago há esperança

não o chamo mentiroso,sonhador...

Mas desta vida carrego uma dor

uma polidez desmedida

uma cruz descabida!

Elié Silva
Enviado por Elié Silva em 16/09/2009
Código do texto: T1814464
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