NOS BRAÇOS DE MADONNA PIETÁ
Caminho pela vereda dos teus versos
Repouso no leito de tua poesia
Adormecido ao colo de Pietá
Recito versículos.
Entre a dor e o afeto
O corpo e o espírito
O ser e o verbo
Cala-se o objeto.
A vida me abandona
Ao longo, triste e meigo olhar de mãe,
Madonna.
Minam-me os lábios vinho
Chagas vertem sangue
O corporal impuro suga a lágriama
Sorve o beijo estanque.
Enxuga-me o suor da face
A mão que me afaga num enlace
Ao dorso onde adormeço
Vaga o vulto meu em sonho incerto
Pr’onde eu desconheço.
O mistério da vida só termina
No limiar do enigma da morte
E ambas unem seus pontos extremos
Na adversidade da sorte.
Temos na vida a morte como sina
E este é o destino em que todos cremos.
Mas qu’eu não perca em desencontros nossos
A vida nova de que me revestes
Jovem Jesus que me deste esta cruz:
“Pois me quebraram todos os meus ossos”.
“Lançaram sorte sobre as minhas vestes”.
E eu volto à vida ressurgida e calma.
Transfigurado, oro neste horto
E digo ao mundo, vez que já que já não morto:
A velha morte desistiu de um jovem corpo
Que a nova e bela vida preservou-lhe n’alma.
Caminho pela vereda dos teus versos
Repouso no leito de tua poesia
Adormecido ao colo de Pietá
Recito versículos.
Entre a dor e o afeto
O corpo e o espírito
O ser e o verbo
Cala-se o objeto.
A vida me abandona
Ao longo, triste e meigo olhar de mãe,
Madonna.
Minam-me os lábios vinho
Chagas vertem sangue
O corporal impuro suga a lágriama
Sorve o beijo estanque.
Enxuga-me o suor da face
A mão que me afaga num enlace
Ao dorso onde adormeço
Vaga o vulto meu em sonho incerto
Pr’onde eu desconheço.
O mistério da vida só termina
No limiar do enigma da morte
E ambas unem seus pontos extremos
Na adversidade da sorte.
Temos na vida a morte como sina
E este é o destino em que todos cremos.
Mas qu’eu não perca em desencontros nossos
A vida nova de que me revestes
Jovem Jesus que me deste esta cruz:
“Pois me quebraram todos os meus ossos”.
“Lançaram sorte sobre as minhas vestes”.
E eu volto à vida ressurgida e calma.
Transfigurado, oro neste horto
E digo ao mundo, vez que já que já não morto:
A velha morte desistiu de um jovem corpo
Que a nova e bela vida preservou-lhe n’alma.