nem antes, nem depois

não há pressa para chegar

antes das chuvas de janeiro

se o próprio relógio demarca

o instante de nossos desejos.

Não importa a cor da manhã:

seremos os mesmos a sonhar

aquilo que não alcançamos:

o querer de nunca acabar.

Mas, alguém dirá certamente

que esquecemos nossos coletes

para que a ferrugem da noite

permaneça em seu lugar.

Seguimos desarmadamente

o calvário cotidiano

controlado pelo relógio:

pendurado em qualquer parede

Não há pressa para chegar

antes das chuvas de janeiro,

seremos os mesmos a viver

o calvário cotidiano.

andre luiz de castro
Enviado por andre luiz de castro em 27/06/2006
Código do texto: T183271