Descaso

Quando o amor fenece

Nas veias escorrem os desejos recusos

Um expurgo do envaidecimento humano

Sangra o corpo !

A sangria do amor !

Dilacera a alma que o corpo dispersou.

Assim o amor vai

Assim o amor fica

Sem destino

Sem estrada

Amor desamparado.

Quando o amor fenece

O medo é virtude que substitui a coragem.

Pelos olhos, luzes de vaga-lume,

Refletem timidez e dúvida.

O tempo é já

Onde jazem os desejos que não recebem explicações

Certeza do desejo retraído.

Na sangria do amor

Esfola-se o sonho carnal

O sangue coalha, hematomas na alma,

Inflama-se um véu fosco rancoroso

Nódoa no coração.

Ver-se que o amor é descaso, descompromisso...

Um barco à deriva. Sentimento errante.

Neucivaldo Moreira
Enviado por Neucivaldo Moreira em 27/06/2006
Código do texto: T183313