Descaso
Quando o amor fenece
Nas veias escorrem os desejos recusos
Um expurgo do envaidecimento humano
Sangra o corpo !
A sangria do amor !
Dilacera a alma que o corpo dispersou.
Assim o amor vai
Assim o amor fica
Sem destino
Sem estrada
Amor desamparado.
Quando o amor fenece
O medo é virtude que substitui a coragem.
Pelos olhos, luzes de vaga-lume,
Refletem timidez e dúvida.
O tempo é já
Onde jazem os desejos que não recebem explicações
Certeza do desejo retraído.
Na sangria do amor
Esfola-se o sonho carnal
O sangue coalha, hematomas na alma,
Inflama-se um véu fosco rancoroso
Nódoa no coração.
Ver-se que o amor é descaso, descompromisso...
Um barco à deriva. Sentimento errante.