Apocalipse nosso de cada dia
Corpos que apodrecem
sentados ao seu lado no ônibus.
Céu em chamas ao meio-dia
enquanto estamos na pausa para o almoço.
QUatro cavaleiros parados
presos no engarrafamento.
Hoje acordei ao som de sete trombetas.
Lavei meu rosto no mar do Leviatã.
Depois liguei a Tv.
Em meio ao terror e o tédio
o mundo segue em um apocalipse cotidiano.
O sangue continua escorrendo,
os demônios continuam ridno do nosso desespero.
A vida continua igual.
Sentadas em calçadas quentes
de tardes intermináveis
crianças quebram selos como passatempo.