Tempo e destino.

Áspera lavra do tédio salva

Guarda na sombra torpor e medo

Cega meus olhos se busco o segredo

Cura e remédio que a fé pregava

Trágico tempo contido na cava

Gira poeira e encobre o enredo

Trava o ponteiro, perdi no brinquedo

Hora e minuto que tanto buscava.

Hei de recordar o vão caminho

Curvas suspeitas e, turvas, se retas,

Vou caminhando, melhor, sozinho;

Mãos livres riscam domínio e meta

Busco palavra cerzida em linho

Brinco no ritmo e fustigo o poeta.