Mel
Meu corpo sente fome
Enquanto a solidão consome
Só pretensão, vaidade.
De um espírito que anseia a verdade.
Vida louca, insana, inexorável...
Trilha insegura, infinita e miserável.
Minha alma tem o conhecimento infinito...
O corpo ilude... Torna mito.
Dias, tardes, e noites...
Rasgam minha carne como açoites
Dor amarga e sem motivos...
Sem tréguas... Sem alívio...
Quem espera o céu...
Não sabe como é doce o mel...
Só provando o fel... Seu oposto...
Que o mel revelará o seu gosto.
Sem pensar lanço-me num vazio
Onde a tristeza parece um rio...
Que indo de encontro ao mar
Doce e salgado irá misturar.
De quando em quando me sinto satisfeito...
Pois a dor lancinante que invade o peito
Obriga meu espírito a se superar
Até q um dia enfim... Minha alma possa voar.