Inconseqüência

Vem me consumir

o mais depressa possível

vem desmentir esse vazio

que reluz em meio às trevas

vem falar de imundice

e dilacerar minha alma,

mas venha logo...

o mais rápido que puder

com pena, sem amor,

sem revelar-me todo esse rancor

vem ser parte de uma outra história

desse avassalador desejo

te não te ter ou ver

e não me ser

e perder o rumo

como se novidade fosse

que em meio a brisa vem a maresia

que nesse imenso azul encontram-se estrelas

mas me abstenho dessas realidades inquestionáveis

pois do mundo sou pioneira

em questionar o óbvio

em renegar por você meu amor...

em entoar canções sem sentido

sentindo a paz que não se tem

me alegro em canções melancólicas

sinto raiva de quem não existe

e amo a quem nunca me amou

então corre....vem dilacerando minha alma

enjoando do tempo

perdendo o rumo que nunca tivemos

mas venha sem demora...

o mais rápido que puder

o mais depressa possível

e não se preocupe...

antes de te esperar

seja lá o que for ou quem for

eu me amo

e isso me basta.

Andréa Nogueira
Enviado por Andréa Nogueira em 07/07/2006
Reeditado em 28/07/2011
Código do texto: T189571