MIGALHAS
Comi das migalhas que o teu leviano
amor mim oferecia, do ressequido pão
dormido da esperança tornei-me viciado,
no lago álgido da tua boca mori a nado
Dos sobejos dos teus beijos sem sabor
de findo pádoa, degustei o amargo mel
de lábios frigidos calados, que ceravam-me
as pálpebras em desejos cálidos
Dos vislumbres dos meus dias acordei de
alma e corpo encarquilhado, da esperança
que existia somente o fim de um sonho
ignoto e desvairado
Do gosto ríspido do teu amor hoje mim sinto
atenuado, das caricias nulas de tuas mãos o
fenecer do fardo.
Vantuilo Gonçalves