SERVIDÃO


Desilusão que desaba em tempestade,
nuvens espessas e cinzentas
obscurecem o dia trazendo a noite.
Assim adormece um tempo
de densa escuridão...

Homens escravos da vaidade,
deixam no breu
seus rastros de maldades,
vestígios da desarmonia.

Gotas tensas e ácidas
queimam e enfumaçam
a semente da esperança.

Seres atolam em seus passos
trôpegos e cansados,
não mais conseguem prosseguir...

Cidades mortas, ruínas,
florestas devastadas,
falta comida e água,
para onde ir?

Ah! Se pudessem voar,
para em bandos
procurar um novo lugar.

Mas, as asas foram tosadas,
para a servil escravidão.
Nas desventuras de um tempo novo
o futuro fez-se descrente.

Mudar seu rumo,
redesenhar um outro espaço,
reconstruir,
não há quem tente...


Maio de 2007

Anna Peralva
Enviado por Anna Peralva em 01/11/2009
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