(IN)VERSOS

Frutíferos são os versos arrebatados,
Igualando-se às lavas dos furiosos vulcões.
Respigam, assim, seus lamentos assanhados,
Incontidos em suas próprias emoções.

Inversos são os versos que atiro ao longe,
Retratados nas tintas arremessadas nas telas.
Antes, enclausurados como as preces d'um monge,
Obras, artes, que d'alma estagnada revelas.

Lúdicos são os versos que não contemplam veracidade.
Amargam a solidão de quem os lê, assim, tão eloquentes.
Destroem, aos poucos, o inconstante coração, na idade
Em que deveria suspirar estradas cobertas e quentes.