Meu entediante conto de fadas

Queria contar uma história distante,

Épicos caleidoscópicos cintilantes,

Mas só tenho palavras cotidianas

E temo deixar cruzar a cortina:

“Deus ex machina”

Conto, então, uma historia em círculo...

Todo dia o mesmo capitulo,

Lixo de uma tarde qualquer.

Desejei neste instante um charuto gostoso,

Uma garrafa de formato charmoso,

E uma poesia exuberante qualquer...

Jogo com a melodia enfadonha

Brinco sussurros na orelha do tempo

Devaneios de um louco qualquer...

O livro torna a janela possível,

Dissonantes as letras consomem as vozes...

E pergunto: que mais faço na segunda-feira?

Guardo a coisa qualquer, deito e durmo...