Vendaval

Começa com um sopro.

Os olhares, esguios,

Não se encontram mais.

Não é mais a voz que fala

Ela cala.

O corpo aos poucos estremece

Desescama, desencana...

As formas tomam formas

Da forma que o olhar desconhece.

A alma morta toma nota

Aviva-se em estranha calma.

A preocupação doentia fenece

E à nos, a música desfalece.

Canção noturna e sussurrada

Resplandece em tempestade de verão

E termina no frescor do amanhecer.

E a voz, aos poucos reconhece

Cai o sono no olhar estarrecido

E o corpo, dormente, adormece.

Isabelle La Fleur
Enviado por Isabelle La Fleur em 10/11/2009
Código do texto: T1915733
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.