O Som

O som... O som da noite ainda sobrevive em minha mente

Não como uma espécie de desculpa,

Usar assim a nostalgia, pra parecer perdoado

A culpa é minha: eu joguei fora meus dias alegres

Eu nasci várias vezes desde que morri pra sempre

Eu vi e revi as estrelas sumirem nesse céu aveludado

Reencontrei-me em muitas coisas e pessoas

Mas me perdi poucos passos depois de cada reencontro

Substancialmente eu não sou mais existencial

Percebo que a ilusão virou matéria

Alguma sobra de dimensionalidade

Pluralidade que é ineficaz e solúvel

Sobretudo, sou falha das eras

Vírgula no pensamento uno

Pequena reta que transpassa

A linha sublime e desfocada da vida

Eu sou esse som!