VERSO ERRANTE(releitura)
No sopro da madrugada,
chega aos meus ouvidos
o som nostálgico de uma flauta,
que viaja manso pelas serranias.
Um verso irreverente acorda e dança,
incerto, entre uma e todas as palavras,
que descem até a ponta dos meus dedos,
e se aninham em minhas mãos fechadas.
Há uma noite trancada em minha língua,
mas o som da flauta que do etéreo veio,
suspira ao vento aquele verso errante,
que escapa à sina de um poema triste.
Agora, a languidez me banha os olhos...
um barco lento desliza em mar noturno,
e ancora fluídico sob minhas pálpebras
o poema mais calado,
o poema mais sentido!