VERSO ERRANTE(releitura)

No sopro da madrugada,

chega aos meus ouvidos

o som nostálgico de uma flauta,

que viaja manso pelas serranias.

Um verso irreverente acorda e dança,

incerto, entre uma e todas as palavras,

que descem até a ponta dos meus dedos,

e se aninham em minhas mãos fechadas.

Há uma noite trancada em minha língua,

mas o som da flauta que do etéreo veio,

suspira ao vento aquele verso errante,

que escapa à sina de um poema triste.

Agora, a languidez me banha os olhos...

um barco lento desliza em mar noturno,

e ancora fluídico sob minhas pálpebras

o poema mais calado,

o poema mais sentido!

Ana Másala
Enviado por Ana Másala em 18/11/2009
Reeditado em 19/11/2009
Código do texto: T1931118