Indefesa
Defendo meus cortes
Meu olhar indefeso
Minhas futuras rugas
Minha falta de bom-senso.
Defendo minha voz grosseira
Meu teste de insanidade
Meu sangue coagulado
Minha voz desesperada.
Defendo minha luz apagada
Os cigarros inúteis
Meus motivos bizarros
o desconforto do meu quarto .
Defendo minhas falhas
Meus medos
Meus dedos inquietos .
A dor aguda do tédio .
[Gritos e gritos que viram eco. ]
Sobrevoando o holocausto
Aos meus pés .. corpos exaustos
Na busca do meu nada ..
Nunca acham nada.
Será que não tem nada?
Sobrevoando em minha volta
Minha luz quase morta
Extermínio de sonhos
Escarro transtornos
Da minha alma perdida.
Já mal me defendo
Mas me mantenho:
A carne ainda é viva.