Doce Agonia

Liberte sua alma, liberte sua alma

Ela cantava, ela cantarolava

Liberte sua alma, liberte sua alma

Era tudo o que eu ouvia

Chovia densamente e tão amargamente

Parecia que Deus chorava naquela noite

As lágrimas dos inocentes, dos sem-sonhos

E pra quê entender? Pra quê se importar?

Ainda criança eu te vi

Ainda perdido, ainda ferido

Menino, tão pobre de espírito

Te faltava uma chance de olhar além da porta

Te disseram tanto e, no entanto, tão pouco

O que era a fé? O que era amar?

Te ensinaram a perder, te ensinaram a sofrer

Mas nunca te disseram como ser feliz... Pra quê ser feliz!

Conquistou as sombras

Herdou a escuridão desses dias maus

O seu trono de silêncio seria sempre seu

Seu sol gelado, sempre te trazendo a fria manhã

Essa agonia doce, que vai corroendo vagarosamente

Até quando precisaria se deter em si?

Ninguem segurou a mão do pequeno andarilho

E o mundo era tão bonito... Era tão faminto...

Degustou seus desejos e cuspiu sua vida fora....