Medo?
Não tenho medo de barata,
Nem de aranha,
Nem de escuro,
Nem de sapo,
Não tenho pavor de cobra...
Só tenho dois grandes medos:
De lagarta e de gente.
E este segundo traz intrínseco outros medos
Que muitas vezes me paralisam,
E também gera alguns questionamentos,
E até um sentimento de culpa.
Que acredito ser no mundo atual não só minha,
Ter medo do próximo é um sentimento contemporâneo,
Que também nos assusta,
Que vai contra a lei da humanidade.
Falar em público não é um medo,
É um pavor do qual fujo continuamente,
E este me desestabiliza completamente,
E me faz ser o que sou:
A tímida incurável e terrivelmente assustada!
Mas por aqui vou indo lutando contra os meus medos,
Arrancando da casca do tempo o melhor de cada um,
Aceitando que nem tudo é bonito e fácil,
E que apesar dos meus medos o mundo não irá parar.
Aos poucos vou convivendo com eles e tentando supera-los,
E quem sabe um dia, antes que eles me vençam, eu não os vença?
Tenho um medo muito grande,
De passar e não ser percebida,
De viver sem amor nesta vida.