Medo?

Não tenho medo de barata,

Nem de aranha,

Nem de escuro,

Nem de sapo,

Não tenho pavor de cobra...

Só tenho dois grandes medos:

De lagarta e de gente.

E este segundo traz intrínseco outros medos

Que muitas vezes me paralisam,

E também gera alguns questionamentos,

E até um sentimento de culpa.

Que acredito ser no mundo atual não só minha,

Ter medo do próximo é um sentimento contemporâneo,

Que também nos assusta,

Que vai contra a lei da humanidade.

Falar em público não é um medo,

É um pavor do qual fujo continuamente,

E este me desestabiliza completamente,

E me faz ser o que sou:

A tímida incurável e terrivelmente assustada!

Mas por aqui vou indo lutando contra os meus medos,

Arrancando da casca do tempo o melhor de cada um,

Aceitando que nem tudo é bonito e fácil,

E que apesar dos meus medos o mundo não irá parar.

Aos poucos vou convivendo com eles e tentando supera-los,

E quem sabe um dia, antes que eles me vençam, eu não os vença?

Tenho um medo muito grande,

De passar e não ser percebida,

De viver sem amor nesta vida.

Virginia Santana
Enviado por Virginia Santana em 02/12/2009
Código do texto: T1956764
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