Ausência.

Na sua ausência eu me faço por inteira para preencher o vazio que em minhas mãos percorrem.

Na ausência de seu carinho corro em abrigo, obrigo-me a me acarinhar para então te encontrar.

Na ausência dos pensamentos vãos, se vão ao encontro de uma leve brisa para poder refrescar o que ainda queima em mim.

Na ausência de sua melodiosa voz, escuto a nossa música, ouço com carinho e procuro nas linhas da melodia uma ponta de sua corda vocal.

Na ausência de seu corpo, abraço meus braços para que encontre o afago que tanto procuro.

Na ausência dos seus abraços me desfaço, disfarço e me encontro em um grande grito de silêncio para poder lembrar-me dos momentos que não me são esquecidos.

Na ausência dos seus beijos, corro atrás da laranja, do pé de limao, da manga avermelhada, do morango maduro, pois todos me lembram seu beijo que se confunde com o melhor gosto e confuso desejo que existe.

Na ausência te desejo,

Na ausência te vejo,

Na ausência te embalo,

Na ausência te falo,

Na ausência sussurro,

Na ausência te amo,

Na ausência silêncio,

Na ausência ausento-te encontro nos mais profundos desesperos. Habitação em meu ser. Na ausência me faço necessário meu crescimento ainda maior.

Cresce essa ausência. Se desmancha em minha paciência. Sinto-te tão próximo em ausência que me mata. Sangra meu silêncio ausento-te.

Ausência do Ser. Do ter. Do ver. Do devorar.

Tudo isso na sua Ausência!

Franciele Ramires 02/12/09 15:45

Franciéle Ramires
Enviado por Franciéle Ramires em 03/12/2009
Reeditado em 20/12/2009
Código do texto: T1957469
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