O VOO DOS VERSOS


Ao longe, vejo os versos indo
Dentro d'um balão que despede-se
Em coloridos tecidos,
Que ao vento se jogam.
Ao longe, vão indo, levianos.
Incertos, sem direção alguma.
Lançam-se, espalham-se em proezas,
Tornam-se soltos, tão pequenos
Quando olhados lá de cima.
Mesmo sendo serenos,
Insignificantes se mostram,
Minúsculos, como as pessoas vistas do céu.
Só mesmo os pássaros que voam perto
Admiram, constatam uma poesia,
Que nas itinerantes nuvens surge
E que sob o calor do Sol se cria.