POESIA DE UM BRASILEIRO
 
    Escrever algum poema
    pode me ser complicado,
    independe da concentração.
    O meu primeiro problema 
    é sentir-me bem inspirado
    e isso depende da situação.
 
    Tenha sempre isso em vista...
    não sou cantor ou compositor.
    Nasci neste chão e sou paulista.
    Se fosse, ao menos, trovador,
    quem sabe seria um repentista.
 
    Às vezes, quando, a rima puxo,
    não acho palavra que emenda
    o verso numa bela composição...
    Diferente de qualquer gaúcho,
    ao qual basta uma linda prenda
    para acender a sua inspiração.
 
    Crio poesias, muito devagar.
    Nessas coisas não sou ligeiro,
    pois quis assim o meu destino...
    No momento certo de versejar
    não tenho a calma do mineiro,
    nem a destreza do nordestino.
 
    Com aquilo que me pertence,
    vou poetando, piano a piano,
    com o fulgor do maranhense,
    patriotismo do bom goiano...
    a brejeirice do fluminense
    e apimentando como o baiano.
 
    Mas, se de todos eu quiser falar,
    esta estória, sabe que não acaba;
    por isso caro poeta capixaba
    ou violeiro matogrossense
    e quem, ao norte, me escutar...
    já me entendem e aqui, vou parar.
 
    Assim, continuo deste meu jeito,
    bem trivial, romântico e caseiro,
    porque dentro deste meu peito,
    bate só, um coração brasileiro.
 
                        SP – 02/12/09
  
 
 
 
Fernando Alberto Couto
Enviado por Fernando Alberto Couto em 13/12/2009
Reeditado em 13/03/2017
Código do texto: T1976125
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