O PERFUME DOS VERSOS
O PERFUME DOS VERSOS
Como algo mais
Num olhar infindo
Parado no degrade do verde
Prolongado até se perder no vento
O poeta se revela no impenetrável
Ele se reconhece no verso
E sente o perfume dos versos.
Vai ao infinito com as estrelas
Senta numa nuvem mágica.
E Pinta de azul todos os astros
Voando no sonho de Ícaro
Assim, escuta o silêncio.
O violino da saudade invade
Traz um canto lírico
Bem mais que um canto solitário
É um coro de anjos.
A poesia pinta de prata o luar
Rouba beijos das ondas
Joga espuma no breu
E pode iluminar o breu.
Provoca os insensíveis
E povoa desertos com flores
Aspira o perfume das flores
E bota perfume nos versos
Ah! Os poetas...
Eles transitam por luas
Deliram nas pontes
Sossegam na madrugada
Depois se embriagam sob um cobertor de beijos.
Fátima Almeida