Funeral Blues.*

Que cesse o tempo, já sem importância

Cale a natureza tão banal

A vida se curvou na irrelevância

Feito torpor na flor da dor real

Choramos como a chuva, sem consolo;

Ele morreu: meu sono e meu sonho;

Levou a paz, meu ar, meu céu, meu solo

E fez de mim bem mais que suponho.

Não cantei: sua música era o canto;

O encanto morto num culto irreal

Não haverá mais paz em todo pranto

Se apagará do céu a luz vital

Astros vestirão solenes mantos

Agora nada mais é natural.

* Exercício de parafrase sobre o poema Funeral Blues de W.H. Auden.