O ENCONTRO COM A SOLIDÃO

A solidão das alcovas,

quentes,

macias

e fétidas.

A solidão das prisões,

cheias de desespero ou remorso,

que gritam, que choram

e quem ouvirá esse grito dentro da noite?

A solidão das ermidas à beira da estrada,

sempre distantes, perdidas ...

A solidão das rameiras,

resignadas na noite sem fim

que segue a orgia.

A solidão dos mosteiros,

sem vaidade e sem medo,

de almas mansas, povoando santuários.

A solidão do homem,

de todos os homens ao longo da história,

que viu nascerem cidades, seus dias de glória

e já caminhou sobre as suas ruínas.

E há também a solidão do poeta

que todos os dias tira do bolsa um novo sonho,

sonhos que o vento levou ...

José Luongo da Silveira
Enviado por José Luongo da Silveira em 25/07/2006
Código do texto: T201241