O ENCONTRO COM A SOLIDÃO
A solidão das alcovas,
quentes,
macias
e fétidas.
A solidão das prisões,
cheias de desespero ou remorso,
que gritam, que choram
e quem ouvirá esse grito dentro da noite?
A solidão das ermidas à beira da estrada,
sempre distantes, perdidas ...
A solidão das rameiras,
resignadas na noite sem fim
que segue a orgia.
A solidão dos mosteiros,
sem vaidade e sem medo,
de almas mansas, povoando santuários.
A solidão do homem,
de todos os homens ao longo da história,
que viu nascerem cidades, seus dias de glória
e já caminhou sobre as suas ruínas.
E há também a solidão do poeta
que todos os dias tira do bolsa um novo sonho,
sonhos que o vento levou ...