UM OLHAR TRANSGRESSOR

A visão além do horizonte

são os sonhos bem guardados,

como o vôo da liberdade

e a vida em abundância.

É possível sonhar com a canção

que toca os nossos passos.

Não se pode recusar o apelo,

a interpretação dos sentidos

das aspirações humanas

e a recorrente faculdade

de re/inventar o futuro.

No meio de tantas perguntas

não respondidas

deve existir uma janela aberta,

onde a lucidez e o sonho

espreitam o amanhã.

A dialética entre o sonho

e o mundo de concreção

pode significar o espaço

entre a vitória e o fracasso.

Os riscos de quem espera,

é a aventura da correnteza,

já que os nichos da esperança

(pela cupidez dos governantes),

estão desgastados pelo tempo

e pelas incrustações ideológicas.

A capacidade de esperar

à beira do caminho

é o gesto dos que porfiam,

que teimam em aguardar

pela brisa da manhã.

Cancioneiros da espera

são todos os pobres,

já que os poderosos não precisam

das consolações do futuro.

José Luongo da Silveira
Enviado por José Luongo da Silveira em 26/07/2006
Código do texto: T202024