UM OLHAR TRANSGRESSOR
A visão além do horizonte
são os sonhos bem guardados,
como o vôo da liberdade
e a vida em abundância.
É possível sonhar com a canção
que toca os nossos passos.
Não se pode recusar o apelo,
a interpretação dos sentidos
das aspirações humanas
e a recorrente faculdade
de re/inventar o futuro.
No meio de tantas perguntas
não respondidas
deve existir uma janela aberta,
onde a lucidez e o sonho
espreitam o amanhã.
A dialética entre o sonho
e o mundo de concreção
pode significar o espaço
entre a vitória e o fracasso.
Os riscos de quem espera,
é a aventura da correnteza,
já que os nichos da esperança
(pela cupidez dos governantes),
estão desgastados pelo tempo
e pelas incrustações ideológicas.
A capacidade de esperar
à beira do caminho
é o gesto dos que porfiam,
que teimam em aguardar
pela brisa da manhã.
Cancioneiros da espera
são todos os pobres,
já que os poderosos não precisam
das consolações do futuro.