SOL AMANTE

Solta-me os grilhões da alma

e deixa meu espírito sonhar,

ser bruma numa tarde calma

neste contínuo perpetuar

Deixa-me ser um bálsamo

ou talvez aroma inundando

as horas de água correndo,

os brancos lenços asidos

A noite vai espreitando teu calor,

numa espreita suave e quieta...

Quase morredoura

no âmago de cristal que nos sobra

E ainda te pedirei, meu sol...

Que salve-me a alma ferida,

mas deixemos a hora parar

e o desejo enflorar

Pois a corrida de almas,

sempre deixa corpos ao vento

e fugazes crenças...