Gil - quase tudo como quis

A história real de uma mulher que não teve medo de amar, de viver ou de morrer.

Queria amar

Não acovardou-se perante a paixão inconteste

Fez as malas, abençoou cada um dos cinco filhos

E partiu do Norte para o Sudeste.

Queria dignidade

Não acovardou-se perante a miséria

Arregaçou as mangas

Foi babá, faxineira, secretária

Enquanto fazia curso para comissária.

Queria a plenitude

Não acovardou-se perante as incertezas

Viveu, amou e sofreu

Com a intensidade das grandes estrelas.

Queria a eterna juventude

Acovardou-se diante do tempo

Olhou-se no espelho

Já não havia mais paixão, filhos ou trabalho.

Acovardou-se

Abriu o gás, não para preparar as guloseimas de seu rapaz.

Travou portas e janelas

Não mais para mostrar ao amado o quanto era bela.

Num domingo lindo de sol

Dia de praia e futebol

Ela nem se despediu

Apenas abriu o gás... e partiu.

Acovardou-se, minha doce e querida Gil.

Rosimere Ferreira
Enviado por Rosimere Ferreira em 27/07/2006
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