Gil - quase tudo como quis
A história real de uma mulher que não teve medo de amar, de viver ou de morrer.
Queria amar
Não acovardou-se perante a paixão inconteste
Fez as malas, abençoou cada um dos cinco filhos
E partiu do Norte para o Sudeste.
Queria dignidade
Não acovardou-se perante a miséria
Arregaçou as mangas
Foi babá, faxineira, secretária
Enquanto fazia curso para comissária.
Queria a plenitude
Não acovardou-se perante as incertezas
Viveu, amou e sofreu
Com a intensidade das grandes estrelas.
Queria a eterna juventude
Acovardou-se diante do tempo
Olhou-se no espelho
Já não havia mais paixão, filhos ou trabalho.
Acovardou-se
Abriu o gás, não para preparar as guloseimas de seu rapaz.
Travou portas e janelas
Não mais para mostrar ao amado o quanto era bela.
Num domingo lindo de sol
Dia de praia e futebol
Ela nem se despediu
Apenas abriu o gás... e partiu.
Acovardou-se, minha doce e querida Gil.