Poema das Faces sem Disfarces

Quando nasci, um anjo sacana e muito sincero

Desses que vivem à gozar a vida alheia

Disse: Vá, camarada! Ser mais um desiludido na vida

O mundo incita os homens,

Que correm atrás das mulheres.

E essas, sem perdão ou alguma bonomia

Fazem dos homens anjos sem asas.

Talvez o céu fosse mais azul,

A grama mais verde e a água mais pura,

Mas tais desejos podem feri-lo se desejá-los com real intento.

Portanto, aceite o cinza, o preto e a água turva e barrosa.

As pernas que passam de lá pra cá

Fazem seu sangue ferver, teu corpo arder com a líbido.

Mas pra que tantas pernas, amigo, lhe pergunto,

Se nenhuma realmente caminhará ao teu lado ?

Atrás de semblantes treinados

Deliciamo-nos com a falsidade que consentimos existir.

E, vez ou outra, pensamos poder contar com outros mascarados.

Abandonados, nos enganamos e a angústia nos toma por completo.

Tantas palavras que parecerão danosas aos mal informados

São com a ajuda de idéias já aplicadas outrora,

Uma forma nada métrica e demasiada melancólica, admito,

De pedir que acorde para esse mundo aqui fora.

Fabricio Oliveira
Enviado por Fabricio Oliveira em 17/01/2010
Reeditado em 13/11/2017
Código do texto: T2034069
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