A tal Ausência

Ausência bem pertinente essa

que vou mostrar a quem quiser

ler.

Vai ser longo, vai ser

entediante, mas se

quiser

saberá por que desbota

a rosa

não de Hiroshima, mas de

Curitiba.

Vazia branca, ironicamente

vermelha a tal

ausência.

Sinestéticamente audível a

cor da dor

da solidão de um amor

em rimas - simplóriamente casuais - que não seriam

necessárias se não fosse a tal

Ausência.

Verdade, mentira - não importa não

mais.

Aquelas putas, putas medíocres que

boca infernal escreveu não são

Nada.

Nada jamais me preenche

(mais).

Nada não é meu Tudo,

Meu Tudo preenche, mas no lugar dela aparece o

Nada e o Nada

não quero.O Nada é

(nada).O Nada seria só empulhação - alivio em agulhas purulentas de heroína - do meu

Tudo.

A tal Ausência me deixa

fraco e

frágil e

poético e

agora Rafael?

a festa não

apagou. a luz não

apagou. a noite não

esfriou. e o povo não

sumiu e o Nada continua

nada.

E agora

Rafael?

Seu Tudo em

tudo mostrou que você não

nasceu para

ser gauche - Tudo que não era

torto mas

formoso em cabelos

loiros de

Sol e olhos lindos de

acidez citríca e

docilidade dual.

E meu

medo não é

perder meu Tudo - por que, todos

sabem que seria de

direito que eu

perdesse, mas sim

escarrar na boca que me beija e

apedrejar na mão - nada vil - que me

afaga.

Não sou Drummond nem

Gregório de Matos nem

Augusto dos Anjos por isso

acabo dizendo que a tal

Ausência - sinônimo do Tudo - tem

nome e é

Ana Clara - sinônimo

de

amor.