Ha certos dias
Há certos dias
Já não vivo mais
Minh’alma se desfaz
Em pedaços de você
Há certos dias
Assolou-me a solidão
E se choro, rio em vão
Com as lembranças de você
Há certos dias
Minha vida é um labirinto
De memórias indo e vindo
Ao encontro de você
Há certos dias
Minha pele sua frio
Desemboco feito um rio
No oceano de você
Há certos dias
A coberta não me aquece
E ao dormir me faço em prece
Nesse templo de você
Há certos dias
Sua ausência me consome
Por não saciar a fome
No alimento de você
Há certos dias
A paixão me banha a veia
E a razão se fez areia
No deserto de você
Há certos dias
Seu olhar na minha entranha
Com meu corpo se emaranha
Nessa teia de você
Há certos dias
Noite alguma me restaura
Por não vislumbrar a aura
Da beleza de você
Há certos dias
Só caminho nos seus rastros
E conclamo em altos mastros
A saudade de você