ALMA FEMININA

Sob um véu irônico da autossuficiência

trabalha um esforço contínuo de hábitos

para desarmar as armadilhas

da nossa vida emotiva.

Sentimentos raros, delicados...

Diante do real que nos golpeia,

um mísero instrumento

a tocar na complexidade da sinfonia do mundo.

A cada toque

uma ferida,

a cada ferida

um troféu.

Alma feminina,

parte inacabada,

lápis e papel na mão,

a sede, a fome de escrever

o seu complemento.

A contínua espera nos olhos da alma,

o medo.

Ou vira menino e brinca de ser gente grande

e perde a identidade

e se banca.

Ou fica adulto

e brinca de ser menino

e fica entre o medo e a vergonha

e se perde

em devaneios.

Como se fazer mulher?

Não se fazendo,

sendo.

Em cada abraço

uma entrega,

em cada entrega

uma rendição.

Rendição,

poder,

alma feminina.

Dáguima Verônica de Oliveira
Enviado por Dáguima Verônica de Oliveira em 31/01/2010
Código do texto: T2061800