VERSOS MOLHADOS

Cacos de vidro ao rés da estrada

cortaram teus passos

e o rio manso que passava ao lado

abandonou seu leito.

Teu coração, caminho devastado,

não suportou as dores desse tempo

No inferno do dia após dia,

nada posso...

Que reza aplacaria tal sorte?

Que prece desviaria um destino?

Um grande nada.

Passado e futuro em um mesmo poço;

línguas de barro e o silêncio das flores.

Água que escorre molhando estes versos

Ana Másala
Enviado por Ana Másala em 08/02/2010
Reeditado em 20/03/2010
Código do texto: T2075408