A volta da poetisa.

Como é triste a manhã nublada,

tão melancólica a rosa despedaçada;

assim sou eu sem a minha sina de escrever.

Pareço a noite onde as estrelas não querem aparecer,

uma Lua nova que persiste por mais de um ano,

a terra seca que nos enche de dor e desengano.

Assim fico sem a minha poesia:

como uma morta, tão hirta e fria,

que vive apenas por esquecer de expirar.

Sou apenas silêncio, sem o riso e sem o amar;

abandonou-me a musa que em mim (re)existe,

e ficou apenas eu, e o vazio que insite

que a realidade é a minha única opção,

quando o versejar não me atinge o coração.

Mas, como o Sol torna a reinar,

como as estrelas ressurgem a brilhar,

a Lua cresce até a cheia ressurgir,

a minha musa ilumina-me o seguir

nos caminhos tortos desta vida cigana,

novo sopro quente, nova chuva nesta alma doidivana

irá fazer-me sorrir o desejo de escrever

e nos giros da caneta, hei de me rever.

E logo, me empenharei numa nova poesia,

que alertará, algum dia:

"Aquela que versejava, acaba de voltar,

e seu mundo imperfeito há de cintilar

como o Sol, a Lua e todo o Universo estrelar!"

Sim, voltei - acabei de ressuscitar!

Thaís Soledade
Enviado por Thaís Soledade em 08/02/2010
Código do texto: T2075504
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