A morte de um poeta
...e um dia, um poeta morreu.
Era tal o seu anonimato,
que ninguém se lembrou de chorar;
era tal a sua solidão,
que ninguém ficou para lhe velar;
era tal a sua insignificância,
que ninguém pensou em dizer algo inteligente;
era tal a sua penúria,
que foi enterrado como indigente.
Mas suas palavras lhe deram a fama,
lhe fizeram justiça, lhe fizeram popular.
Muito depois de anos após sua morte,
estas palavras passaram a vagar.
Falaram de amor, esperança, sonho, vida;
foi aí que se dignaram a chorar.
Pregaram o sentimento como uma dádiva de Deus;
foi quando se puseram a lhe homenagear.
E aquele poeta sem nome,
agora tinha uma história para se mostrar;
aquele poeta sem dinheiro ou poder,
a alguns dera algo com que pudessem lucrar.
Mas o que o poeta morto mais queria,
apenas suas palavras puderam lhe dar:
deram esperança a quem mais precisava,
deram luz e paz, e conseguiram ensinar a amar.
(Dedicados a todos nós, "poetas sem nome", mas cobertos de sentimentos, esquecidos pela parte majoritária do mundo...com todo o meu apreço.)