Talvez...

Talvez,

Se eu agisse de acordo

com o que sinto e anseio

E não ficasse nessa busca desesperada,

para preencher espaços vazios.

Talvez eu encontrasse aquilo

que meu coração necessita.

Não! Não é desejo,

pois desejo é mero egoísmo,

é querer ter, é possuir.

O que eu quero é complemento.

É ver sem enxergar.

É sentir aquilo que carece em mim.

É entregar o que transborda.

Mas como?

Se eu não sou eu,

mas apenas uma imagem

falsa refletida no espelho.

Como procurar algo sólido,

se estou na superficialidade?

Como esperar o verdadeiro,

se a base é ilusão?

Como?

Quero a solidão.

A solidão de mim, para mim.

Quero a solidão que dói,

de tanto estar comigo mesmo.

Quero a solidão de lagarta,

que se fecha no casulo para renascer borboleta.

Quero toda a desilusão possível,

pois quero enxergar

como as coisas realmente são.

Quero me achar em mim,

pois me perdi, não sei aonde

e não me lembro quando.

Quero sentir meu coração batendo

em paz e feliz pelo simples pulsar.

Quero ser o motivo desta alegria,

pois o que esta fora pode mudar ,

pode acabar, mas o que esta dentro, é.

É e simplesmente é.

Não depende.

Apenas é.

Tem existência própria,

começa em si e termina em si.

Não é relativo.

Por não ser relativo não muda, simplesmente é.

Onde esta você que não consigo ver?

Onde você esta?

Que vislumbre tens agora?

Mudou sua direção?

Por que?

E vale a pena?

Onde esta você?

Onde esta seu centro?

O seu ponto de apoio?

O seu ponto de felicidade?

Esta dentro de você ou esta fora?

Esta como os comuns?

A manada que é conduzida sem ao menos saber para onde?

E a sua fortaleza?

Aonde esta?

Se perdeu pelo fascínio?

Nesse labirinto de espelhos e belezas virtuais?

Talvez,

Se eu me ouvisse e sentisse as minhas próprias vibrações.

E eu confiasse mais no que minha alma tenta mostrar a cada segundo.

Talvez e só talvez eu consiga me encontrar!

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August 25 2003 @ 02:01 PM

L Max
Enviado por L Max em 30/05/2005
Código do texto: T20893