restos de mim
palidez da noite
e o brilho falso de um riso incontido
são as marcas de tudo aquilo que criaste em mim
já não sustento as mesmas virtudes
imploro por perdões que se incrustraram
na trama de tua negra existência
cheio de indiferentes mágoas
estendo os braços ao vazio
toco o infinito dos mágicos templos
e rezo em nome de um deus
austero
irreverente
e soberbo
consolador da desesperadora lâmina
que fere a nesga do meu acalanto
ante a miséria de rudes passos
o caminho ainda reluz
pois no buraco negro de mim mesmo
respinga a certeza
de necessitar seguindo... seguindo...