Na névoa do ser

Acenda as luzes, desligue o gás,

e me deixe só, pois eu desejo a paz

daqueles que nunca a hão de ter.

Deixe-me arder no meu próprio inferno,

deixe-me errar em meu degredo eterno,

nessa viagem pela névoa do ser.

Eu não sou o Sol, nem tampouco o Norte,

não amo mais a Vida e nem ao menos quero a Morte,

quero apenas o existir sem querer.

Já descobri que, em mim, a realidade

é viver na mais absurda insanidade;

andando e vagando pela névoa do ser.

Sou filha do pecado, e também pecadora,

pois o desejo do mundo imerge em minha pessoa,

e o amor já não sei mais como compreender.

Por quê todo o amor por aqui tem fim?

Por vezes, prefiro até viver assim,

sozinha, errante, em plena névoa do ser.

Mas toque em meu corpo, e eu paro de pensar.

Quem sabe o meu fogo não possa te incendiar?

Talvez te incendiando, posso até entender

que eu ainda posso entrar no Paraíso,

sem que me leve a morte, sem ter nem um pingo de juízo,

e conseguindo escapar da imensa névoa do ser...

Thaís Soledade
Enviado por Thaís Soledade em 19/02/2010
Código do texto: T2095977
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