INDISPOSIÇÕES
Não há paciência
Ou compreensão no mundo!...
Ninguém se importa se vivo ou morro!
Porque não há olhos de ver,
Ouvidos de ouvir!...
Pois o verbo sangrou,
A palavra calou seu significado
Nestes dias de medo sem recato,
E orgias marginais!...
O universo arde em chamas...
Os olhos secam sem rios ou mares,
Mentiras se tornam verdades,
Sem fugas para escapar
D’alma desertificada no abandono...
Corpos apodrecidos pela estrada de desgostos,
Sorrisos que não sabem s’expressar
Nesta selva de pedras incoerente
Vendo o fim nos abraçar.