Eleição = Emprego ou Readmissão

Aí vem ela de novo

A ladainha

Como uma velha rainha

Que perdeu a compostura

Bêbada de dar gastura

A repetir o refrão:

“Vote em mim, não sou ladrão”.

Cínica, ei-la de volta

Com todos os seus zumbidos

Escravizando os ouvidos

Gritando bem alto pro ar

“As coisas têm que mudar”

Canção velha, tão antiga

Que a aparência castiga

Dá vontade de chorar.

Aí vem ela maçante

A cantilena

Poderia ate dar pena

Não fosse a sabedoria

Dessa esperta minoria

Ávida por seu pedaço

Apostando em meu cansaço.

Ei-la voltando humilde

Depois de muito enganar

Com todo o seu blá, blá, blá

Mentira é safra da boa

Seu grito bem longe ecoa

Promete o que não vai dar.

Eis que volta a lengalenga

Sem trazer nada de novo

Repetindo a palavra povo

Como sendo seu devoto

Que garante vida boa

Até para quem vive a toa.

É como criança chata

Pra conseguir pirulito

Apela logo pro grito

Nem liga se incomoda

O povo daquela roda

E o pai, para se livrar

De quem tanto o aborrece

Dá-lhe logo o que almeja

E volta pra sua cerveja

Único jeito foi dar...

Lá se vem a litania

Fingindo modernidade

Para o povo desta cidade

Pode de novo enganar

Único jeito é lhe dar

Aquilo que geme e pede

Deixar que pense que cede

Fingir-se hipnotizar

Como aturá-la

Sem sufocá-la

No porta-mala

Até matá-la?

Nanda Luz
Enviado por Nanda Luz em 07/08/2006
Código do texto: T211049