Aos donos do mundo

Derramai o vosso sangue em prol de algo

Forjai para vós disfarces perfeitos.

Chorem oh lúcidos humanos terroristas

A dor que consola e que estufa os vossos peitos.

Gritam caladas as almas atingidas

Vibram no silêncio seus sons assombrosos

Como a rosa de Hiroshima, de Vinícius

Hereditários são os rumos tortuosos.

A métrica consome a minha inspiração

Por isso deixo-a de lado nesta hora

Maiores são as vozes que em mim lançam

Clamores e pedidos vindos de fora.

Planos enterrados na poeira

Infâncias e juventudes destruídas

Ruínas e esconderijos agora cheiram

A lembranças e saudades esquecidas.

Gemam oh poderosos deste mundo

Implorem por suas almas tão altivas

Tremam e conheçam a verdade

Que julga e não deixa alternativas.

Amargos são os frutos desta vida

Quando semeados em solos alheios

Porém quando os fins sobreporem os meios

Serão aniquilados e não haverão saídas.

Alexandre Fernandes
Enviado por Alexandre Fernandes em 07/08/2006
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