Aos donos do mundo
Derramai o vosso sangue em prol de algo
Forjai para vós disfarces perfeitos.
Chorem oh lúcidos humanos terroristas
A dor que consola e que estufa os vossos peitos.
Gritam caladas as almas atingidas
Vibram no silêncio seus sons assombrosos
Como a rosa de Hiroshima, de Vinícius
Hereditários são os rumos tortuosos.
A métrica consome a minha inspiração
Por isso deixo-a de lado nesta hora
Maiores são as vozes que em mim lançam
Clamores e pedidos vindos de fora.
Planos enterrados na poeira
Infâncias e juventudes destruídas
Ruínas e esconderijos agora cheiram
A lembranças e saudades esquecidas.
Gemam oh poderosos deste mundo
Implorem por suas almas tão altivas
Tremam e conheçam a verdade
Que julga e não deixa alternativas.
Amargos são os frutos desta vida
Quando semeados em solos alheios
Porém quando os fins sobreporem os meios
Serão aniquilados e não haverão saídas.