OS ÚBERES
Túrgidos tempos, dizem profetas.
Ordenam tetas:
- Hora da ordenha!
Como estarão túrgidos úberes secos?
Qual leite verde tem esperança?
No curral, sonham as vacas.
Olhos vazios roem seu cocho
de tosco cedro, sal agridoce.
Seria o leite a perfeição do pasto?
O costume, da doma o sumo?
Profetas iludem cérebros
mas não os úberes.
Urbis et orbis,
úberes secos
trepidam cios.
(Cama do pasto:
copula o gado
em pleno estio.)
E o profeta,
com boca seca,
maldiz as tetas.
Sai retinindo
baldes vazios.