Luz
A trágica luz sombria,
Que enluta as matinais solidão,
São tão ásperas, arranham o semblante.
A luz, é tão turva diante dos olhos, cegam.
Profunda angustia guardada no peito adentro.
Desabafa feito vulcão nativo, erupção.
Suas lavas geladas e salgadas,
Transbordam feito rio em dias de enchentes,
Imunda a alma calando o próprio silêncio,
Na metáfora da noite ao dia,
Enlouquece o poeta.
Feliz torna-se o louco.
O leito desfigurado mostra a sua pele
O mau sono.
A luz não transluz em raios de sol,
As nuvens pálidas cobrem-no.
Tudo tem causa a solidão matinal.
Ah! Como triste é o canto esta luz opaca chamada saudade
Dentro do coração.
Caio Martins
20/06/91.