Louca

Louca,

Outrora amou-me,

Pisou, levantou, orgulhou

Humilhou,

E agora enlouquece.

Louca, completamente.

Apaga-me com um recurso pobre

E se diz que lhe fiz mal?

A quem vais enganar de maneira nobre

Que não mais faço parte de teu carnaval

Como fizestes do meu?

Falsa.

Hoje, após as diversas auroras

E luas, e estrelas e ventos, e

Até nas naus que se passam

Ainda invento você.

Assumo com toda franqueza

A fraqueza que tenho

Por ser eu, simplesmente.

E faço minha insanidade

De sofrer e viver lentamente,

Sem pressa de acabar qualquer sentimento,

Razão, erro e finitude

De qualquer momento

Porque vivo

E sei que vais passar

Em qualquer momento,

Ainda que não o queira.

Amanha tuas marcas

Terão cicatrizado e

Reanimado em forças

E não ousarei chamar de

Sofrimento

Todo tormento que foi

Nossa vida de amor.

Thales Santos
Enviado por Thales Santos em 12/03/2010
Código do texto: T2134416
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