MUDANÇA

MUDANÇA

Um dia eu arrumo a mala

e vou pra outro rincão

onde a linda lua embala

melhor nosso coração.

Finjo que sou mestre-sala,

procuro um bom barracão,

acho a morena que fala

com meu sotaque chorão.

Digo que sou da Bahia,

embora eu seja do Rio.

Que sou bom na poesia

e que aceito desafio.

Canto o amor, canto alegria,

quando não canto, assobio.

E, com graça e simpatia,

ganho a mulher que eu espio.

Vou partir pra outro canto,

quem quiser, venha comigo.

Fiquem sabendo, entretanto:

mudar é sempre um perigo.

Às vezes buscamos tanto,

que até parece castigo,

sem achar um bom recanto

que tenha o nome de abrigo.

Gilson Faustino Maia
Enviado por Gilson Faustino Maia em 13/03/2010
Código do texto: T2136924
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.