Vem Outono!

Vem outono! Tire-nos desse abandono

De noites cálidas e insones.

Traga nas asas do vento

A amenidade do momento

Na serenidade das nuvens

Na calmaria do tempo.

Vem outono! Retome a normalidade

Dos loucos ponteiros

A saltar a frente da realidade dos fusos

Neste período insalubre e insano

Neste senso incapaz e confuso

Na irracional razão dos dias perdidos.

Vem outono! Aspirja um hálito de vida

Nesta paragem incerta e combalida

Até que Maio o confirme como regente

E que se apresente o seu presente

Embrulhado em fino papel enevoado

Das belas manhãs em bruma.

Vem outono! Tanja-nos até as barras do inverno

Oferte-nos um recanto mais terno

Livre das agruras deste rito.

Faça forte o que é frágil

E não me valendo de nenhum plágio

Mas, que enquanto dure, seja infinito.

Paulino Pereira Lima
Enviado por Paulino Pereira Lima em 13/03/2010
Reeditado em 20/03/2018
Código do texto: T2136935
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