Anjo Do Inferno

Ao Anjo Barroco.

Entre os densos cheiros de trevas,

No príncipio enfiado de pérolas,

Do esparso sínodo das terras,

À bela rosa disse: quero-a!

E o acúleo da vaidade brilhou...

Èbrio dos males ainda era,

Quando sussurrou só e sonhou

Co'a mão estendida de Eva.

De espada choldra em revoada,

Gotas luziam ao entretecer,

Leda fé de cruzes armada,

Olhos vermelhos ao amanhecer...

Excelsa em escarlate tombou,

De amante, o nobre corpo,

Lágrimas qu'o mar abraçou,

De sussurro um grito morno.

Noite eterna ainda pairava

Tortuosa e inebriante no horizonte,

Deus e uma sombra solitária,

Entre chamas ardia o monte.

Em toda obra há um dueto,

Drapejando flores, estrelas...

Estrelas dúlias: o duelo!

Ev
Enviado por Ev em 11/08/2006
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