Anjo Do Inferno
Ao Anjo Barroco.
Entre os densos cheiros de trevas,
No príncipio enfiado de pérolas,
Do esparso sínodo das terras,
À bela rosa disse: quero-a!
E o acúleo da vaidade brilhou...
Èbrio dos males ainda era,
Quando sussurrou só e sonhou
Co'a mão estendida de Eva.
De espada choldra em revoada,
Gotas luziam ao entretecer,
Leda fé de cruzes armada,
Olhos vermelhos ao amanhecer...
Excelsa em escarlate tombou,
De amante, o nobre corpo,
Lágrimas qu'o mar abraçou,
De sussurro um grito morno.
Noite eterna ainda pairava
Tortuosa e inebriante no horizonte,
Deus e uma sombra solitária,
Entre chamas ardia o monte.
Em toda obra há um dueto,
Drapejando flores, estrelas...
Estrelas dúlias: o duelo!