Porto das Barcas

As luzes bailam nas ruas desertas

Luzes tímidas, tremulantes e opacas

Iluminam a solidão do Porto das Barcas

O rio Parnaíba com suas águas despertas

Observa tranqüilo a solidão reinante

Ouvindo o canto do vento murmurante

A ponte que passa sob seu leito

Ri-se do ostracismo daquela paisagem

Que não abriga sequer quem está de passagem

Ri-se e não se sabe se é de troça ou de despeito

Afinal ela (a ponte) é sempre festejada

Dia ou noite é muito movimentada

Não se sabe se a ponte gostaria daquela solidão

Ou sente-se a maioral por nunca está sozinha

Em qualquer hora da noite alguém nela caminha

Porém, Porto e Rio não se importam com aquela constatação

Pode a ponte ri-se do abandono em que ficam quando anoitece

Pois tudo se transforma quando a noite finda e o sol aparece